Documento Fundador de Portugal

Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo Ámen. Eu Afonso Dom Paio e seus sucessores que perpetuamente vierem sendo leitos bem como aos clérigos que aí residem dou e concedo o couto que o Rei Afonso meu parente e a Rainha D. Urraca sua mãe e eu confirmamos em presença do Arcebispo de Compostela Don Diogo do Conde (...) e do Conde Don Rodrigo e de outros (...) a saber Paio Soares, Egrégio (...) Remígio (...) Mendo (...)Rodrigo Bermudes efetivamente dou e concedo assim limitado com a vila que se chama Lapela como consta do registo do couto. Por aquela confrontação que está entre Aveleda e Gondomar e daí entre Covas e Vilar pelo Monte de (...) e pelo Mosteiro de Figueiredo e pela Portela de Guisande e pela Portela de Escudeiros até à Portela de Leitões e à Portela de Vila Cova e daí a (...) à Portela de Bezerros e daí ao termo de Donim e daí ao termo de Louredo à Portela de S. Veríssimo e pelo termo entre Moure e Antoniaes até ao Cavado e daí pelo mesmo rio até (Mocorome?) e daí até onde começamos. Mais ainda doou e concedo a Santa Maria Bracarense a ti e a teus sucessores o castelo que chamam Penafiel com os seus limites antigos e o Mosteiro de Arentim(?) e do mesmo modo o lugar (onde os mosteiro está implantado). E Paio Ramiresaí tenha o foro quanto me agradar. E por cambeses(?) e em troca dele que eu vos dê em câmbio quando eu o puder fazer. E todas as herdades de Santa Maria Bracarense aonde quer que sejam coutadas estejam com servos ou com juniores ou com homens livres que ao Rei pertencem. E como o Rei Afonso meu avô deu ajuda para construção da igreja de Santiago do mesmo modo dou e concedo a Santa Maria Bracarense o dinheiro com que se possa construir a Fábrica da Igreja. E as igrejas reais que são paroquiais que estejam sob alçada do Pontífice e que nenhum leigo nelas tenha poder. Os mosteiros reais (...) deem tanto quanto deram aos teus predecessores. Também te dou a ti e concedo na minha Cúria de o que diz respeito ao oficio de clerezia isto é Capelaria e Chancelaria e tudo quanto diz respeito à função de um Pontífice. E na sua mão e na mão dos teus sucessores que me estimam confio todo o meu conselho. E na tua cidade de Braga que eu não tenha nenhum poder com tanto que essa seja a tua vontade e a dos teus sucessores. E quando eu tiver a terra portuguesa conquistada (dou e cedo) a ti a aos teus sucessores a tua cidade e a tua Sé e aquilo a que a ela pertence legando-te em paz sem controvérsia alguma. Os bens da igreja de Santa Maria Bracarense e dos seus bens ou dos bens dos teus sucessores nada jamais exigirei ou por mim ou meus mandatários (...) tua vontade dos teus sucessores. E esta doação faço-a a Santa Maria Bracarense e a ti teus sucessores e aos teus clérigos por alma do meu Pai e pela salvação da minha alma e para que tu sejas o meu auxiliar. E se algum (...) parente meu ou estranho tentar violar ou denunciar esta nossa doação seja por Deus excomungado e tenha pena como Judas Traidor do Senhor e tenha parte com o Diabo e seus anjos. E além disso incorra na cólera da mesma Rainha Santa Maria. Foi este instrumento feito no sexto dia antes das Calendas de junho (27 de Maio) ERA de MCLXVI Eu Afonso Infante esta doação pela minha mão corroboro.

Os que estiveram presentes:

Petrus testemunha/ Pelagius testemunha/ (...) testemunha/ Pelagius arcebispo de Braga confirma/ Ermigio Moniz confirma/ Garcias Suarez confirma/ Pelagius Ramirez confirma/ Petrus Petriz confirma/ (...) Nuno Gutierrez confirma/ (...)/ Petrus sacristão confiurma/ Petrus arcediago confirma/Mestre, Bernardus confirma/ (...) Mestre arcediago confirma (...)/ (...) Chantre confirma/ (...) Romanus Romani confirma (...)

Mendo, Presbítero o escreveu

E em troca de Trandeiras dou te metade de Adaufe de Panoias

Transcrição retirada da colecção particular de Raimundo Fernandes