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Primeira Guerra Mundial

Corpo Expedicionário Português (1916-1918)

Portugal viria a combater em três frentes de batalha e em dois teatros de guerra. Primeiro, ainda durante a neutralidade, entre 1914 e 1916, no teatro de guerra africano, em duas frentes: Angola e Moçambique. Depois, com a entrada em guerra e a beligerância, entre 1917 e 1918, no teatro de guerra europeu, na frente ocidental da Flandres.
O Corpo Expedicionário Português (CEP) é talvez a imagem mais marcante do esforço que Portugal fez durante a Grande Guerra. Ainda que logo em 1914 tenham seguido expedições para África e se tenham defrontado com as forças alemãs ou com forças apoiadas pelos alemães é com o Aprontamento de uma Divisão do Exército na região de Tancos (milagre de Tancos), transformada numa improvisada Cidade de Tendas, também chamada a Cidade de Paulona, que a participação no Teatro de Operações da Europa ganha forma efetiva. Enquanto o esforço militar em África tem a ver com a própria sobrevivência da soberania portuguesa nesses territórios coloniais, a participação na Frente Ocidental é uma opção de natureza política - legitimação do jovem regime republicano e reforço da aliança com Inglaterra.
Os primeiros contingentes rumaram a França em janeiro de 1917. O setor que viria a estar ao cuidado do CEP localizava-se no sul de França, precisamente no vale do rio Lys, entre Arméntières a La Bassée e Merville a Béthune. As forças do exército português que combateram na Flandres foram instruídas, equipadas e armadas pelos britânicos, a cadeia de comando do CEP foi inteiramente portuguesa mas sujeita ao enquadramento britânico durante a instrução militar e a sua progressiva entrada em setor e, uma vez instalado na frente, subordinada hierarquicamente ao comando do I Exército Britânico.
Entre Fevereiro de 1917 e Abril de 1918, o CEP viveu em condições extremamente duras, entre bombardeamentos de artilharia e assaltos às linhas inimigas. Progressivamente, o desgaste físico provocado por longos meses nas trincheiras, o corte de licenças pela falta de transportes, a dureza do Inverno, a crescente intensidade e frequência dos ataques inimigos e a falta de reforços foram agravando o moral das tropas portuguesas. Nas vésperas da Batalha de La Lys, as péssimas condições do CEP eram de tal modo evidentes que o comando inglês decidiu retirar a divisão portuguesa da linha da frente e colocá-la como reserva do seu corpo de exército. A ordem de 8 de abril marcava a rendição para o dia 9.
Tarde de mais. Eram quatro e um quarto da madrugada de 9 de abril de 1918 quando estalou o gigantesco bombardeamento sobre as tropas portuguesas. O CEP foi destroçado. No total, e com a reserva que números sempre merecem, é possível uma estimativa das baixas: 1341 mortos; 4626 feridos; 1932 desaparecidos; 7740 prisioneiros.
Com as forças que restavam, formaram-se, ainda, três batalhões de infantaria, que integrados no Exército inglês combateram na linha da frente até à vitória e à assinatura do armistício.

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Formação do CEP

Corpo Expedicionário Português – Principal força militar nacional, organizada inicialmente pelo General Norton de Matos, treinada em Tancos e posteriormente nos campos de treino britânicos. Foi enviada pelo governo português para a Frente Ocidental, especificamente para a Flandres. A organização do Corpo Expedicionário Português ficou concluída em 1917, sob o comando do General Tamagnini de Abreu e Silva, viria a formar-se nas 1ª e 2ª Divisões do C.E.P., subdivididas em 3 Brigadas por Divisão, totalizando 6 Brigadas de Infantaria portuguesas na Frente com cerca de 53 000 homens. Cada Brigada era ainda guarnecida por, uma Bateria de Artilharia, uma Bateria de Morteiros Médios, um Grupo de Metralhadoras, uma Companhia Divisionária de Sapadores Mineiros, uma Secção hipomóvel de Transporte de Feridos, entre outras forças logísticas.

cep



Combates na Flandres

Os combates com o inimigo na linha da frente eram conhecidos sob a designação geral de Raids, que englobavam todas as operações militares executadas pela infantaria no Front, tanto em serviços de patrulha ofensiva como em ações de ataque direto às trincheiras inimigas.

  • Junho de 1917
    Ferme du Bois
    O primeiro Raid alemão contra as forças do CEP aconteceu a 4 de Junho de 1917, dois dias após o Batalhão de Infantaria 35, de Coimbra, ter entrado nas trincheiras.
  • Julho de 1917
    Neuve Chapelle
    Novo Raid alemão contra o CEP a 16 de Julho de 1917, ao entardecer. Desta vez se centrou sobre o sector de Neuve Chapelle. Tratou-se de um ataque com total surpresa uma vezque os Raids aconteciam normalmente durante a madrugada.
  • Agosto de 1917
    Neuve Chapelle
    Novo Raid alemão contra o CEP a 14 de Agosto de 1917. Durante a madrugada os alemães efetuaram um ataque sobre o ponto de separação dos subsectores esquerdo de Neuve Chapelle e direito de Fauquissart.
    Depois de um violento bombardeamento de toda a frente da 1ª Divisão, efetuaram um ataque com o efetivo de um batalhão (500 homens), em duas colunas. Uma foi repelida pelo BI 15, de Tomar, mas a outra coluna que avançava em direção a Fauquissart conseguiu atingir a "Linha A" e ocupá-la.
    Quando o inimigo já retirava para as suas linhas, atravessando a "Terra de Ninguém", o Alferes Hernâni Cidade saltou do parapeito da "Linha B" com mais três soldados e lançou-se sobre a escolta que levava prisioneiros portugueses em direção das linhas alemãs. Os prisioneiros portugueses reagiram, lutaram e venceram, e pelas 6 horas da manhã regressaram
    todos às linhas portuguesas.
  • Setembro de 1917
    Neuve Chapelle
    Último grande Raid alemão antes de se iniciar a época das chuvas e entrar no Inverno, a 14 de Setembro de 1917.Pela madrugada atacaram com 54 homens sobre o BI 7, de Leiria. O Alferes Gomes Teixeira ao tomar conhecimento do ataque deu ordens rigorosas aos seus homens para deixarem os alemães progredirem até dentro da “Linha A” e quando estes lá se encontravam, efetuou um ataque à baioneta e granada causando a morte do oficial alemão e de três outros soldados. Foram ainda feitos vários prisioneiros, facto que foi altamente apreciado pelo Comando britânico.
  • 2 de Março de 1918
    Neuve Chapelle
    O primeiro Raid alemão após o Inverno deu-se a 2 de Março de 1918.
    O ataque foi efetuado de madrugada após um intenso fogo de preparação de artilharia. Centrou-se entre a esquerda do sector de Neuve Chapelle e a direita de Chapigny, com um efetivo aproximado de um batalhão.
    Conseguiu ocupar a “Linha A” onde se encontrava o BI 4, de Lagos, e penetrou até à “Linha B”, fazendo 3 oficiais e 63 praças portugueses prisioneiros. Um contra-ataque do BI 17, de Beja, ajudou a repelir o inimigo.
  • 9 de Março de 1918
    Ferme du Bois
    O primeiro Raid português deu-se a 9 de Março. O ataque sobre as linhas alemãs a partir do subsector direito de Ferme du Bois, realizado pela 1ª Companhia do BI 21, de Coimbra, sob o comando do Capitão Ribeiro de Carvalho. O BI 21, estava integrado na 1ª Brigada da 1ª Divisão.
  • 12 de Março de 1918
    Neuve Chapelle
    Novo Raid alemão, desta vez em resposta ao Raid português, a 12 de Março. Os alemães efetuam um ataque de madrugada executado por tropas especiais de assalto, entre a direita do sector de Fauquissart e a esquerda do sector de Neuve Chapelle (antigo sector de Chapigny).
    O ataque iniciou-se às 4 da manhã, e de imediato a 1ª Linha lançou numerosos foguetes vermelhos de SOS, indicando que estavam a ser atacados. Logo de seguida a nossa artilharia de 7,5mm começou a bater a "Terra de Ninguém" e a área logo em frente da nossa 1ª Linha. A ligação com a artilharia foi executada com ordens do Capitão Américo Olavo.
    Entretanto chegou ao Comando do Batalhão informação que os alemães tinham entrado nas nossas 1ª Linhas defendidas pelo BI 11 e pelo BI 2. O Capitão Américo Olavo perante a situação acabou por dar ordem para avançarem as forças de apoio.
    A artilharia alemã alongou o tiro de suporte até à 2ª Linha, que de seguida começou também a lançar os foguetes vermelhos de SOS. É então dado o alarme de presença de gás, " Gaz Alarme". O ataque durou cerca de quarto de hora, que pareceu uma eternidade. Os diversos comandantes de companhia, por volta das 4h e 30mn comunicaram que o inimigo tinha sido repelido.
    Esta foi efetuada em três vagas de assalto, que foram sucessivamente repelidas pelo Batalhão de Infantaria 2, de Lisboa, do Capitão Américo Olavo, e pelo Batalhão de Infantaria 20, de Braga. Deixaram nas nossas mãos 7 prisioneiros alemães e um morto. O BI 2 foi auxiliado pelo BI 3, de Viana do Castelo, que se encontrava em reserva85.
  • 14 de Março de 1918
    Ferme du Bois
    Novo Raid alemão a 14 de Março de 1918. Os alemães efetuaram um ataque com uma força a nível de batalhão, sobre Batalhão de Infantaria 34, de Santarém, no subsector II de Ferme du Bois.
    Foi efetuado um grande fogo preparatório de artilharia ao longo de toda a frente portuguesa, Fauquissart, Neuve Chapelle e Ferme du Bois, desde as 4 horas da madrugada. Às 4 h 30mn o fogo centra-se na caixa de ataque sobre o sector de Ferme du Bois, incluindo um alerta de gás. Às 5h 30mn o Raid tinha terminado e o inimigo expulso sem ter conseguido capturar qualquer prisioneiro.
  • 19 de Março de 1918
    Neuve Chapelle
    O Segundo Raid português deu-se a 19 de Março. Foi efetuado sobre as linhas alemãs a partir do sector de Neuve Chapelle.
    A força de ataque era composta pela 1ª Companhia do BI 14, de Viseu, sob o comando do Capitão Vale de Andrade, com um efetivo de 100 homens e metralhadoras, divididos em três pelotões. Em apoio deslocou-se um destacamento da 1ª Companhia de Sapadores Mineiros, para executar as explosões. No final do Raid a força portuguesa regressou com 5 prisioneiros alemães.
  • 3 de Abril de 1918
    Neuve Chapelle
    O Terceiro Raid português deu-se a 3 de Abril. Foi efetuado sobre as linhas alemãs a partir do sector de Neuve Chapelle.
    Foi realizado pela Companhia do BI 2, de Abrantes, sob o comando do Capitão Américo Olavo.
    Iniciou-se à 1 hora da manhã, numa noite escura e chuvosa. Conseguiram atingir a 2ª linha alemã, onde destruíram os abrigos aí existentes. Os alemães perante o ataque abandonaram as duas linhas de trincheiras e atacaram a "caixa" com artilharia.
    Os objetivos do Raid foram alcançados, mas houve 8 soldados desaparecidos e 14 feridos, 1 oficial e 13 praças.
  • 9 de Abril de 1918
    Desastre de "La Lys"
    Vigorosa ofensiva alemã no sector português que desarticula o Corpo Expedicionário Português (CEP). As baixas cifram-se em mais de 7.000 homens, entre soldados e oficias. O ataque tem lugar na madrugada de 9 de Abril, quando as tropas portuguesas da 2.ª Divisão do CEP estavam para retirar da frente, depois de longos meses sem serem rendidas (bastante mais do que era recomendado), devendo ser substituídos por militares britânicos. O 6.º Exército alemão, sob o comando do general Von Quast, lança nove divisões entre La Bassée e Armentières, cujas posições estavam defendidas por três divisões inglesas e uma portuguesa (integrada no 1.º Exército britânico, chefiado pelo general Horne). Esta ofensiva na Flandres surpreendeu a divisão portuguesa, abrindo uma brecha na frente inglesa, permitindo aos alemães avançar para o centro do dispositivo, ultrapassando Laventie e atingindo La Lys entre Estaires e Sailly. Com a madrugada inicia-se o bombardeamento alemão que se transformou em fogo contínuo. Ao princípio da manhã verifica-se o assalto feito pelas tropas alemãs. São capturados cerca de seis mil portugueses da segunda divisão e quase 100 peças de artilharia. As tropas alemãs avançam também noutras direcções.

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Guerra Colonial

  • Moçambique
    Em Moçambique os objetivos estratégicos no plano militar eram, fundamentalmente, dois: a reocupação de Quionga, território português ocupado pelos alemães desde o final do século XIX; e a passagem do rio Rovuma, e a ocupação de uma parcela sul do território da colónia alemã. Os combates de Maúta, Nevala, Negomano e Nhamacurra constituíram os marcos militares de maior relevo na campanha de Moçambique.

    A Batalha de Negomano
    Travada entre o Império Alemão e Portugal durante a Campanha da África Oriental da Primeira Guerra Mundial. Uma força de soldados alemães e Askaris, comandada por Paul Emil von Lettow-Vorbeck, tinha acabado de obter uma difícil vitória contra os britânicos na Batalha de Mahiwa e estavam a ficar sem provisões. Para solucionar este problema, os alemães invadiram África Oriental Portuguesa numa tentativa de escapar à força superior a norte e de se abastecerem com material capturado aos portugueses.
    Uma força portuguesa sob o comando do major João Teixeira Pinto foi enviada para travar Lettow-Vorbeck, mas foi cercada pelos alemães enquanto se encontrava acampada em Negomano, a 25 de Novembro de 1917. A batalha que se seguiu resultou na quase destruição das tropas portuguesas, com elevado número de mortos e prisioneiros. A rendição da força portuguesa permitiu aos alemães tomarem uma grande quantidade de provisões e, deste modo, permitir a von Lettow-Vorbeck continuar as suas operações na África Oriental até ao final da guerra.

    Combate em Nevala
    A 22 de novembro de 1916, as forças alemãs, reforçadas por marinheiros provenientes do cruzador Koeningsberg, atacam as forças portuguesas e ocupam o posto de Nevala, no norte de Moçambique. As forças portuguesas irão retirar a 28, depois de um novo recontro.
  • Angola
    Em outubro de 1914 dar-se-iam ataques germânicos aos postos de Naulila e Quangar seguidos de uma incursão alemã no interior do território angolano, acompanhada de uma tentativa de sublevação das populações indígenas contra a soberania portuguesa. Estes primeiros confrontos atingem o seu ponto alto, em dezembro de 1914, no combate de Naulila.
    Em resultado destes incidentes foram mobilizados para Angola um destacamento misto (tropas de infantaria, cavalaria e artilharia) com um efetivo de 1500 combatentes, comandado por Alves Roçadas. Os confrontos em Angola, mais graves do que em Moçambique, levaram o Governo português a decidir um reforço da guarnição com mais 2400 homens em novembro e 4300 em dezembro.
    Sob o comando do general Pereira d'Eça, desde março de 1915, que a tropas portuguesas se dirigiram para um objetivo estratégico fundamental: a ocupação do território do baixo Cunene. Nessa campanha do sul de Angola, a reocupação do Humbe e os combates de Môngua foram os marcos militares mais relevantes.

    Desastre de Naulila
    Combate travado a 18 de Dezembro de 1914 em Naulila, sul de Angola, entre forças portuguesas e alemãs. O combate terminou com a derrota dos militares portugueses, com cerca de 70 mortos da parte portuguesa, entre oficiais e praças. As forças portuguesas foram então obrigadas a abandonar temporariamente o Cuamato e Humbe, territórios na fronteira entre a então colónia portuguesa de Angola e a colónia alemão do Sudoeste Africano. Em consequência da perda de prestígio das forças portuguesas e do caos político que se seguiu, resultado dos combates entre portugueses e alemães, as populações de Huíla revoltaram-se contra a ocupação portuguesa, provocando uma longa crise que apenas se resolveria com a presença na região de uma força expedicionária enviada de Portugal sob o comando do general Pereira d'Eça.

    Combates de Môngua
    De 15 de Agosto a 4 de Setembro o General Pereira de Eça, tomou a missão única de acabar com a revolta das populações da Huila , no Sul de Angola.
    No dia 20 de Agosto, os rebeldes comandados pelo soba Mandume, do Cuanhama, concentraram entre 50.000 a 60.000 homens (cuanhamas, cuamatos, evales, alguns cuambis e muitos foragidos do Humbe), com o apoio de cinco carros boers de munições, encontrando-se todos armados com "Martini Henry" e algumas centenas de "Mauser". Esta força atacou a coluna do General Pereira de Eça que era constituída por cerca de 3.000 homens portugueses. O combate ficou conhecido pelo "Quadrado de Môngua". Com a vitória sobre os indígenas terminou a revolta em Angola.



Biografias de Políticos Nacionais

  • bio01
    Afonso Costa (1871-1937)

    Professor universitário e advogado de prestígio, o líder do Partido Democrático foi o político mais conhecido e emblemático da I República. A participação de Portugal na Grande Guerra foi em grande parte iniciativa sua. Já antes se distinguira na luta pelo derrube da Monarquia e consequente implantação do regime republicano. Em 1906 pusera a câmara de deputados em polvorosa ao afirmar, num discurso, que «por muitos menos crimes do que os cometidos por D. Carlos I, rolou no cadafalso, em França, a cabeça de Luís XIV». Depois da Guerra retirou-se da política e , após o 28 de maio de 1926, passou a conspirar contra a ditadura a partir de Paris.
  • bio02
    Sidónio Pais (1872-1918)

    Militar e lente de Matemática, foi ministro de Portugal em Berlim e era simpatizante da Alemanha. Aproveitando a viagem do presidente Bernardino Machado à frente de batalha na Flandres, encabeçou um golpe de estado em Lisboa e fundou a chamada «República Nova», um regime ditatorial precursor dos fascismos europeus. Ao contrário de muitos dirigentes republicanos, não partilhava o entusiasmo pela participação portuguesa na guerra. Aquele que foi um dos políticos mais carismáticos da História portuguesa acabaria por ser vítima mortal de um atentado, um ano depois de ter tomado o poder.
  • bio03
    Bernardino Machado (1851-1944)

    Nascido no Rio de janeiro mas filho de portugueses, optou pela nacionalidade lusa ao completar 21 anos de idade. foi já depois de ter sido deputado e ministro da Monarquia que aderiu ao Partido republicano. durante uma visita que fez a França e a Inglaterra no decorrer da Grande Guerra foi derrubado, em Lisboa, por Sidónio Pais. Por ironia do destino, seria uma segunda vez apeado do poder, em 1926: era ele de novo Presidente da República na data do golpe de estado de 28 de Maio.



Biografias de Militares Nacionais

  • bio04
    Tamagnini Abreu (1856-1924)

    Militar de Carreira, assentou praça em Cavalaria, não tardando a encetar uma ascensão que culminaria na promoção a general e na atribuição das funções de comandante da Divisão de Instrução estacionadas em Tancos antes de partir para a frente de guerra à Cabeça do Corpo Expedicionário Português (CEP) na Flandres. Depois da derrota portuguesa em la Lys, a 9 de abril de 1918, foi substituído no comando do CEP pelo general Garcia Rosado.
  • bio05
    Garcia Rosado (1864-1947)

    Concluiu o curso de Estado-Maior da Escola do Exército (atual Academia Militar) em 1885, sendo promovido a alferes no ano seguinte. Em 1914, já coronel, foi diretor da recém-criada Escola Central de Oficiais. Com o eclodir da Grande Guerra, organizou o corpo expedicionário a Moçambique, mas não chegou a comandá-lo. Foi promovido a general em dezembro de 1917 e nomeado Chefe do Estado-Maior do Exército. Em julho de 1918, em condições melindrosas, foi nomeado comandante do Corpo Expedicionário Português na Flandres, substituindo o general João Tamagnini Barbosa.
    Regressado em 1919, reassumiu a chefia do Estado-Maior do Exército até 1924, ano em que passou à reserva e passou a integrar o Supremo Tribunal Militar.
    Foi embaixador de Portugal em Londres entre 1926 e 1934, ano em que passou à reforma.
  • bio06
    Gomes da Costa (1863-1929)

    Oficial do Exército. Após o desencadear do conflito mundial, em que Portugal se viu envolvido, incorporou-se, como voluntário, no Corpo Expedicionário que combateu na frente europeia, tendo-lhe sido atribuído o comando da 1.a Divisão daquele Corpo. Terminada a guerra, já com a patente de general a que fora promovido pelo seu comportamento exemplar na Flandres, envolveu-se em atividades políticas conspirativas contra a República. Militar prestigiado e condecorado ao mais alto nível, a sua irrequietude política fê-lo entrar em choque com as autoridades, o que lhe valeu a prisão por mais de uma vez e uma espécie de exílio disfarçado (missão de inspeção às forças militares no Oriente, o que se traduziu no seu afastamento dos centros de decisão e dos ambientes conspirativos). Depois do seu regresso, a ligação a movimentos conspirativos não esmoreceu, tendo-se envolvido na preparação do movimento político e militar que iria traduzir-se no golpe de 28 de maio de 1926 e na consequente instauração da Ditadura Militar. Vitorioso o golpe, os vencedores envolveram-se em disputas internas. Mais tarde, Gomes da Costa partiu para o exílio nos Açores.
  • bio07
    José Augusto Alves Roçadas (1865-1926)

    Oficial do Exército Português, no qual atingiu o posto de general, e administrador colonial. Foi Governador de Macau (1908-1909) e Governador do distrito de Huíla no Sul de Angola, onde, em Outubro de 1914, comandou a força expedicionária portuguesa de 1 600 homens, que foi enviada para Angola com a finalidade de defender o território de uma previsível incursão do exército alemão da Damaralândia. Subsequentemente foi governador de Angola e o último comandante do Corpo Expedicionário Português enviado para França durante a Primeira Guerra Mundial.
  • bio08
    António Pereira de Eça (1852-1917)

    General de Artilharia do Exército Português. Combateu as incursões monárquicas após a implantação da República Portuguesa, período em que prestou relevantes serviços ao novo regime, por ter impedido o alastramento de atos de rebelião em Viana do Castelo. Em 1913 foi promovido a general, sendo diretor do Arsenal do Exército.2
    A 9 de Fevereiro de 1914 foi nomeado Ministro da Guerra, cargo que ocupava quando irrompeu a Primeira Guerra Mundial. Foi defensor da participação portuguesa na guerra europeia que então eclodiu ao lado dos Aliados, porém, nem todos a maioria governamental discorda dessa posição, sendo a participação adiada. Em consequência, Pereira de Eça é exonerado a 12 de Dezembro de 1914, regressando às suas funções militares.2
    Quando aumentou o perigo das incursões alemãs no sul de Angola, em Fevereiro de 1915, o Governo Português reconheceu a conveniência de colocar um oficial general ao comando das operações militares naquela região. O General Pereira d'Eça foi então escolhido pelo governo ditatorial de Pimenta de Castro para substituir Alves Roçadas e partiu para Angola, chegando a Luanda a 21 de Março de 1915 com as funções de novo governador de Angola e de comandante das forças expedicionárias, cargo no qual substituiu o general Norton de Matos.1
    Terminada a pacificação do sul de Angola, o general Pereira d'Eça regressou a Lisboa.



Calão nas trincheiras

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